Descrição enviada pela equipe de projeto. O ‘Monte Alentejano’ é um tipo de habitação vernacular encontrado por todo o Alentejo Português. Estas ‘casas’ têm um simples telhado de duas águas, uma imponente chaminé e, geralmente, assentam como um longo volume no topo do monte. O termo ‘monte’ pode também ser usado para nos referirmos não só à casa principal do agricultor ou proprietário, mas também aos alpendres e outros edifícios funcionais que estavam perto.
Este projeto foi desenvolvido para um cliente privado com um grande interesse em tecnologia sustentável. Influenciada tanto pela vontade de construir uma ‘eco house’ mas também pelas restrições de trabalhar numa localização remota, no topo de um monte no centro da Serra de Grândola, a casa foi desenhada para ser totalmente autossuficiente, gerando a sua própria eletricidade, recolhendo a água que o terreno tem para oferecer e descartando os seus próprios resíduos.
Do ponto de vista do desenho, o projeto foi por nós guiado pela tentativa de reinterpretar a forma vernacular do monte, com as suas longas paredes brancas e impressionantes chaminés, que marcam a paisagem local.
Uma cobertura plana parecia-nos fora de contexto, pelo que as paredes ETICs rebocadas brancas são cobertas por simples telhados inclinados com telhas de barro planas modernas alusivas aos típicos edifícios vizinhos, permitindo-nos incorporar tecnologias contemporâneas.
O projeto consiste em dois volumes conectados por uma pérgula de aço em forma de ‘L’ voltada para oeste que gira em torno da área da piscina e deck. A casa principal é composta por um amplo espaço aberto de cozinha/sala de jantar/sala de jantar e três quartos em suite. O anexo de hóspedes inclui dois quartos em suite. Devido às rígidas leis contra incêndios florestais e um terreno acidentado, a área edificável tornou-se bastante restrita, obrigando a que a casa tenha que tenha que ficar em balanço no monte, o que criou uma inesperada perceção de uma casa flutuante à distância.
O conforto nas casas no Alentejo, tradicionalmente, é conseguido pelas espessas paredes externas, mas a temperatura desta casa é regulada pelo energeticamente eficiente tecido do edifício, juntamente com o sombreamento solar passivo proveniente das generosas palas para evitar o sobreaquecimento, combinado com um sistema de aquecimento de pavimento radiante e de painéis de arrefecimento no teto mantido pelo funcionamento de painéis solares.
Em termos de materialidade, e em consonância com o caráter rural do lugar, os materiais escolhidos são simples e resistentes, com janelas em alumínio, pedra natural nas casas de banho e pavimento em cortiça natural nas restantes divisões da casa.